sábado, 12 de dezembro de 2009

Pra Quem gosta! Vai uma contribuição bem quentinha....

Discursos literários no Século XIX:
Jefferson Cano no texto Machado de Assis: Historiador inicialmente mostra por meio de citações retiradas de artigos jornalísticos como os n’O Globo do ano de 1877, os comentários do jovem Capistrano de Abreu, naquele momento crítico Literário e historiador em formação, mas que já tinha uma visão dos modelo e dos objetivos que representavam os anseios da historiografia fluminense. Capistrano de Abreu não escondia em suas colunas a tentativa de escrever uma história séria e verdadeira do Brasil, e também não escondia as críticas e elogios a um escritor contemporâneo, Machado de Assis. Machado de Assis na década de 1870 já despontava como um grande romancista, no entanto foi severamente combatido pela crítica especializada, dentre os muitos críticos estava Silvio Romero que sobre tudo críticava a tradição de uma escrita superficial e indecisa sobre a paisagem brasileira. Romero foi um dos maiores inimigos de Machado de Assis. Sua crítica sobre a obra vinha contra o chamado humorismo estrangeiro antinacionalista de Machado, sendo uma “tênia literária” que ajudou na formação de uma nova geração ligeira e rasteira, onde a pessoa de Machado representava a sub-raça cruzada com escritos negativos. Na década de 1880 estavam em desenvolvimento os primeiros trabalhos históricos de Capistrano de Abreu e ao mesmo tempo estava em desenvolvimento os escritos de Memórias póstumas de Brás Cubas de Machado de Assis. Jafferson Cano prova que houve uma interlocução direta entre o historiador Abreu e o literato Machado. Onde haveria uma admiração de Capistrano por Machado pelo fato de que em alguns artigos, comentários e em suas obras anteriores o literato fala da história do Brasil. Porém existia uma divergência de idéias entre os dois autores com relação a análise científica e histórica da sociedade a partir das obras literárias, o que já estava sendo feito por muitos estudiosos. Para Capistrano a literatura era uma expressão social que era passível a análises sociológicas, e para Machado a literatura era, de fato, a descrição social. O objetivo de Jefferson Cano nesta sua pesquisa foi perceber quais as intenções latentes na Obra Memórias Póstumas de Brás Cubas. Para isso ele utiliza como reforço, as conclusões de outros historiadores da obra machadiana como John Gledson, Roberto Schwarz e Sidney Chalhoub que mostraram as transformações históricas do século XIX através da literatura. Sidney Chalhoub que fez um estudo onde investigou a vida do funcionário público e político Machado de Assis, concluiu que de acordo com as experiências políticas de 1871, Machado diretor do Ministério da Agricultura na lotação das questões da terra e da escravidão participou da elaboração da Lei do "Ventre Livre". Por isso, Chalhoub mostrou como o trabalho político de Machado ajudou a delinear a criação de uma personagem no conto Mariana. De acordo com Gledson, Schwarz, apoiados por Chalhoub, Machado de Assis expressa em "Memórias póstumas" a história da sociedade brasileira no “antigo regime” em crise, década de 80. Onde Brás morre em 1869, é entregue aos vermes em 1870/71. Isto é nada mais que a representação de uma história política do regime colonial no Brasil em seu fim até a quebra da ordem em 80. A partir dessa análise Cano investiga a relação entre Machado e outros intelectuais no que tange os sentidos históricos e políticos em sua literatura no fim do século XIX. Além de procurar quais as intenções de Machado em criar ou apresentar uma história do Brasil no olhar da classe proprietária, dialogando-a diretamente com a produção historiográfica estabelecida naquela época, que tinha como objetivo a construção da história nacional. Cano faz as seguintes perguntas: Qual o significado de transformar um romance em alegoria política? É possível que machado criasse uma alegoria política em forma de romance? É extremamente visível na obra machadiana a presença da criação de enredos na forma de alegorias clássicas. Portanto como definiu o dicionário Larousse do século XIX, Alegoria é a forma pela qual se escreve uma história onde a verdade não é totalmente dita. Ou seja, são narrativas com um “véu engenhoso”. Esse tipo de escrita era visto em obras modernas como Eneida de Virgílio. Além do uso de alegorias para seus romances, Machado representava humoristicamente o cotidiano e o declínio da política e dos políticos coloniais. O uso representativo da nação como individuo (Brás = Brasil) poderia ser determinada por experiências especiais que Machado sofreu quando ainda era jovem. Ao ter em mente a visão sobre a história do Brasil centrada na figura dos grandes homens de posse. Também nota-se em Memórias póstumas de Brás Cubas com relação a suas formas de narrativa uma noção de narrativa histórica onde somente com conhecimento de obras historiográficas poderiam ser percebidas. A idéia de origem fixa é presente na obra em duas formas de narrativas: Primeira, do início pelo começo e a segunda, do início pelo fim, quando um morto narra a história. Mostrando a diferença entre história que se vive e a história que se conta. Este artigo Jefferson Cano procura reafirmar através da investigação histórica e do debate historiográfico da literatura do século XIX, sua produção e suas transformações, como a interlocução com os historiadores e obras da história influenciaram diretamente na interpretação dos sentidos histórico-literários dentro da obra machadiana, especialmente nas representações sociais do final de século XIX. Além de ressaltar a interligação constante e determinante entre literatura e história, nunca sendo desligada, uma da outra, pois são modelos diferentes de se contar ou narrar atualizando uma mesma linguagem, à escrita.
*Obs: Postei o resumo dessa resenha que fiz apenas porque essa temática nessa perspectiva me interessou bastante. E se, por sorte, surgir a oportunidade de escrever algo sobre não direi não*

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Falando merda um pouco...

Venho pela liberdade que me é dada aqui de fazer uns comentários, sobre um livro que li apenas o resumo. De Jacob Bazarian, "O Problema da Verdade" de 1985. Onde definiu questões da Filosofia, como exemplo, os objetos ligados a Ontologia. Quando ele nos fala sobre dois fatores, denominados de ontológico e gnosiológico. Desta forma o aspecto Ontológico, é a relação do Ser, o pensamento, a materia e a consciência. Ou seja o elemento fundamental do mundo, em que vivemos. Já no aspecto Gnostológico, é tratado sobre o mundo exterior. Notadamente que temos conhecimentos sobre o mundo que nós cerca. Todavia Bazarian, ao meu ver, vem por tempos observando este mundo que nos rodeia, os fatos, fenômenos e objetos, desta forma ele os engloba em duas categorias, gerais e abstratas. O "Ser" e o "Pensamento". Dentro dos fenômenos espirituais, das idéias, da própria consciência, da sensibilidade, das emoções, neste caso existem duas categorias, Material e Espiritual. Notadamente para o autor, a filosofia é fundamentalmente Universal e engloba a concepção do mundo como um todo. Se caminharmos no plano Ontológico, obrigatoriamente teremos que enveredar pelo caminho primário e determinante do conhecimento humano. Neste ponto Bazarian, nos cria um obstáculo, ao fazer algumas perguntas, como: A relação entre a matéria e a consciência é a questão fundamental da Filosofia? Isto é, o pensamento que determina o Ser, ou ao contrário, é o Ser que determina o Pensamento? E para complicar mais, vem a seguinte indagação: Qual o fator primário e determinante ao conhecimento humano, o objeto ou o sujeito?
Para finalizar aqui meu comentário (sem noção) do resuno desta obra digo quê: as doutrinas filosóficas podem se dividir e se redividir, por tanto quando a questão é o plano Ontológico e o Gnosiológico, a resposta sempre será a mesma. Idealismo ou Materialismo.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Período

Perdido
Encontrado
Frustrado com o time
Sentado à espera
Planejado
Calculado
Fazendo empréstimo
Correndo risco
Jogado
Arrumado
Comendo feijão
Bebendo o tostão
Estudado
Esquecido
Sentindo saudade
Sabendo que é
Período

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Hoje cedo a vida vai me acordar
E se eu quizer ir também
Vou ter que me apressar

Pois os passos escrevem
O que a hora precisa mostrar
E o ânimo sonolento
Satisfação do estar

Que tomando suco e comendo lembranças
Dos melhores momentos
Não surgem do chão
A planta final
Na calda do tempo
Da imensidão

A carne é forte
O corpo não
Uma ilha de editação recenbendo o som
A noite surgindo
Amanhã outra vez o novo

Eu vou até o amanhecer
De mais uma rotina
Lembrar de transparecer
A reflexão
Do permanecer

Perto de quem foi e de quem vai
pra tudo ainda
fazer montar
o que está disperso

Recarreguei o dia
Salvei a companhia
Guardei o amanhã
E a interrogação do ato
De nada que atiça o vacilo
A perdição de tudo aquilo

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

El dorado

Ao chegar a disposição anil
Ao descer a percepção reviu
Na louca procura em que estás
O el dorado Camutas

Ao seminário o doce vinho
Ao engoli-lo vejo um moinho
No duro concreto que durmirás
O el dorado Camutas

Ao surgir d'água o amanhecer
Ao riso e sono de aborrecer
Na aldeia que descreverás
O el dorado Camutas

Ao sentimento inconsequente
Ao acadêmico suficiente
No bolso o capital que gastarás
O el dorado Camutas

Ao jogar na praça o carteado
Ao na mesma ficar deitado
Na ficção alucinada que criarás
O el dorado Camutas

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Tô Viajando...

Tédio...
Correr
sentar
bater
"trampar"
fumar
andar
pegar
andar mais
errar
pegar mais
emprestar
arrumar
despedir
sumir
aparecer
amanhecer
no ócio.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

1ª viagem...

O que é a distância se não a incompatibilidade das massas sobre uma mesma pairagem.
Porém, aprendi que é mesmo muito mais improvável e impossível como diz a música.
Sem dúvida é um chato no saco ou mesmo uma formiga de fogo na lingua.
Mas é bom, porque prova pra si mesmo o quanto de ilusão, doença, imaginação, contração, futurismo, e simplismo estão encarnados nas paredes, nas cadeiras, nas camas, nos tecidos, nas árvores, nas teclas, no vacuo.
Um suco de frutas citrícas bem amargas que em algum momento podem ajudar na reposição de vitaminas pra um corpo completamente impuro e artificial.
E o tempo? Essa construção que desnaturaliza o homem de sua essência, condicionando-o a ser um foragido de suas próprias cadeias. Selas se confundem com cédulas e a real riqueza está livre leve a solta no universo. As células cerebrais são assasinadas pelo estímulo exagerado dos músculos obrigados.
E eu pirando na longitude...

domingo, 25 de outubro de 2009

Contra adição

A contradição é o equilíbrio,
a arquitetura da destruição,
construção do impalpável,
exata resposta incalculável,
um concreto incerto que verticaliza a mata,
o lugar onde vivem os mortos.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

A primeira...

Caros amigos (por enquanto nenhum), este texto calhorda que escrevo aqui é um marco para a minha micro-história da relação homem e máquina, pois mesmo sendo práticamente um analfabeto funcional, descobri ou achei dentro do meu eu não lírico uma vontade de escrever, ou como vocês Blogueiros chamam "postar".
Isso quer dizer que não sou mais adepto da filosofia Nadista na informática básica, ou melhor, daqueles que apenas comentam fotos ou recados no orkut.
Claro que fui levado a fazer tal iniciativa por fortíssima influência indireta daquela que me ama e é vermelha (falarei de amor em outra postagem).
Enfim, tenho como objetivo (se é que tenho mesmo um objetivo em algo) criar uma moléstia que possui como sintoma: a busca constante de sabe lá o quê, pois o que me rege é sem dúvida a vontade momentânea do fazer, neste caso escrever, o que quero sem me prender a normas e nós cegos.
O que pra muitos é uma patologia.